Por Júlia Müller e Marina Amaral
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Unidos do Fragata (Foto: Jô Folha)

O frio na Cidade do Samba não foi capaz de deter a animação do público durante a segunda noite do Carnaval fora de época de Pelotas. Na passarela, a temperatura rondava os 20ºC, com direito a ventos na casa dos 14 quilômetros por hora, segundo o Laboratório de Agrometeorologia da Embrapa. Os desfiles ficaram por conta dos grupos Mirim e Especial, que retomaram após seis anos afastados da folia. O governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB), prestigiou o segundo dia de folia ao lado da prefeita Paula Mascarenhas e do deputado federal Daniel Trzeciak (PSDB). Em relação à segurança, a Brigada Militar e a Policia Civil consideraram tranquila a principal noite do carnaval, registrando apenas roubos a pedestres em diferentes pontos da cidade.

Governador do Estado, Eduardo Leite ao lado da prefeita Paula e do deputado Federal Daniel Trzeciak (Foto: Jô Folha)

A noite foi marcada pela animação, numeroso público e os atrasos em relação a programação do evento. A primeira escola mirim começou com uma hora após o previsto, retardo que se arrastava desde as apresentações das bandas no final da tarde de sábado (9). Duas horas depois do esperado para o término dos desfiles, a General Telles - última escola a se apresentar - encerrou o espetáculo de cores e samba, quando o sol já apontava o nascer no céu. Outro problema enfrentado, dessa vez pelos participantes das escolas, foi o local de concentração de saída. Segundo relatos, a rua era de difícil acesso, esburacada e sem uma iluminação de qualidade.

Porém, mesmo com problemas, o sucesso da festa popular foi indiscutível. O secretário de Cultura (Secult), Giorgio Ronna, afirmou que é perceptível o salto de qualidade que o Carnaval de Pelotas deu. Já Eduardo Leite relembrou a redução de recursos públicos para o carnaval durante o seu mandato como chefe do Executivo. Na época, a Prefeitura não foi capaz de arcar sozinha com os custos, mas o governador foi enfático ao afirmar que a principal fonte de energia da folia era outra. "Ela acontece pela paixão do povo", ressaltou. O fato de o carnaval estar se reinventando é certeza de que a tendência é só melhorar daqui para frente. Tais expectativas positivas, segundo Paula Mascarenhas, "mexe com a emoção das pessoas".

General Telles. (Foto: Jô Folha)

Otimismo nas arquibancadas
Entre os camarotes e as arquibancadas, o clima era de alegria. Em relação a primeira noite, o público mais que triplicou. Enquanto alguns curtiam os desfiles e as bandas nos intervalos, outros espectadores, sem ingresso, ficaram do lado de fora da passarela, encostados e aglomerados próximos as grades que cercavam o espaço. A segurança no local teve de garantir que somente os que haviam adquirido as entradas passariam pelo portão.

Academia do Samba. (Foto: Jô Folha)

Aos 62 anos, Marli Pereira era sinônimo de empolgação na primeira fila de uma das arquibancadas. Ela comemora o feriado desde os quatro anos de idade, há mais de 58 anos, época em que os desfiles aconteciam na rua Quinze de Novembro e entre as ruas Tiradentes e Voluntários. Com as expectativas baixas devido ao que presenciou nos últimos anos, Pamela Machado, 29, conta que viu uma noite de folia "bem diferente do que achava que fosse ser". Surpresa, ela acredita que este ano foi o marco para a reconquista do carnaval pelotense do jeito que ela conhece há 20 anos, tempo em que é entusiasta dos festejos.